Sopa de Doidos

Peguem num bom pedaço de perna, tenro e rosado
Num com mais gordura, noutro de magreza à parte
Todos têm valor, mas o segredo da arte
É saber regular exactamente o bocado.

Cortem um, dois, três doidos gordos ou finos
Para encher até às bordas na chaminé
A púcara, onde vão ferver toda a matiné
As «Malucas» de nome simples e gordo, manjares divinos.

Metam na púcara, cheia como uma cratera
Feijão verde fresquinho e batatinhas
Cenouras e nabos da estação

E sirvam quente, muito quente, para que a fumarada
Desperte o apetite, só à exalação
Do prato de que a sala está toda perfumada.



Segundo Henrí Chantavoine, poeta.

Roland Torpor, A Cozinha Canibal

 

~ por salamandrine em Setembro 27, 2009.

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